Thor

(Thor, 2011)

Gênero: 

Fantasia/Aventura

Duração: 

114min 

Origem: 

EUA

Direção: 

Kenneth Branagh

Roteiro:

Ashley Miller, Mark Protosevich, Zack Stentz

Produção: 

Kevin Feige

Atores:

Chris Hemsworth, Anthony Hopkins, Natalie Portman

A criação da Marvel Studios foi um marco para os filmes de super heróis “marvelianos”. Até então os direitos autorais de muitos de seus heróis estavam na mão da FOX, famosa por sua visível preferência por lucros a qualidade. A FOX muitas vezes faz seus filmes terem censuras baixíssimas para que um maior público os assistam, gerando muitas vezes filmes bobos e infantis. E quem conhece heróis da Marvel sabe que suas historias são adultas e bastante psicológicas para caberem em um filme infantil. Isso foi o responsável pelos bobos “X-men” e o primeiro “Homem Aranha”. Depois de cansar de ver a Fox estragar seus sucessos, a Marvel lança seu próprio estúdio para produzir seus filmes e com isso nasceu o famoso e esperado “Projeto Os Vingadores”. Thor nada mais é que um previa para o filme, não dando real mérito ao deus nórdico de Stan Lee.

O filme não deixa de ser bom, porem a preocupação e pressa para “preparar o terreno” para “Os Vingadores”, que já teve sua gravação iniciada, acabou impossibilitando que o real potencial do filme fosse explorado. Muitos estão superestimando Thor, e procurando motivos para provar que este é melhor que o Excelente “Homem de Ferro”. A verdade é que Thor realmente é bom, porem esquecível, enquanto o ferroso até hoje em dia é comentado, e ainda comparado com filmes recentes da Marvel. Apesar de bonito de se assistir, Thor possui uma historia apressada e corrida, não explorando toda a mudança que Thor sofre ao vir para a terra.

A historia é talvez a mais bela do mundo Marvel. Thor(Chris Hemsworth) é o deus do trovão e filho de Odin(Anthony Hopkins), o pai de todos. É o próximo na sucessão do trono em Asgard, o que deixa seu irmão Loki(Tom Hiddleston) com muita inveja dele. Loki, conhecendo o temperamento explosivo e orgulhoso do irmão, o engana, fazendo com que Thor quebre a paz com os gigantes do gelo e inicie uma guerra. Odin furioso com o erro do filho, retira seus poderes e o bane para a terra, para que ele aprenda sobre a dor e humildade. Na terra ele conhece Jane Foster(Natalie Portman), por quem se apaixona e aprende valiosas lições de vida, se tornando finalmente um herói de verdade.

A maior arma do filme foi a sua armadilha. A história. Apesar de bela é complexa e demorada para surtir efeito, sendo que nos quadrinhos a mudança de Thor na terra dura anos. Para encaixar essa historia em um filme de quase duas horas, foi preciso apressar demais os fatos. O amor de Jane e Thor é no melhor estilo “ao piscar de olhos”. Nos primeiros minutos de convivência um interesse mutuo já nasce entre os dois, que cumula em um amor capaz de mudar o herói em dois dias. Alias essa mudança também foi rápida demais, Thor era dono de um orgulho imenso, que desaba rapidamente por conta de uma decepção e de um amor, em dois dias também vale lembrar. Alias quem tem a audácia de justificar isso com um “Ah, mas ele se apaixonou por Natalie Portman né?” lembre que na historia original de Thor, Jane não se parece com Portman. E se ela tem realmente todo esse poder, devia se candidatar a presidência.

A direção de Kenneth Branagh(Hamlet) é até bonita, o diretor utiliza muito bem o ângulo holandês nas câmeras ( imagem um pouco inclinada horizontalmente.) e cria uma Asgard realmente bonita. Mas peca nas cenas de ação. A pouca ação do filme ainda é rápida e um pouco forçada. Mesmo Thor sendo um deus com poderes quase ilimitados, não precisava fazer ele tão “Super-Man”. As cenas de ação não empolgam, perdendo feio para seus parentes marvelianos “Hulk” e “Homem de ferro”. Tirando uma rápida cena de luta de Thor ainda como humano, nas outras não sentimos nem medo de Thor perder, ele mais parece um lutador profissional da UFC brigando contra nerds aidéticos. Mesmo quando enfrenta outro deus, ele simplesmente diz basta e acaba a luta bricando. Um ponto negativo bem importante para um filme de ação.

Uma vez que falha na ação, o filme recompensa na comedia. Todos filmes da Marvel tem diversas piadinhas e alusões ao universo Marvel que apenas fãs percebem. Mas Thor tem mais disso que todos os outros juntos. É realmente hilário o período de Thor na terra, do inicio ao fim. Apesar de não ser um filme de comedia, o filme faz a platéia gargalhar, o que diverti bastante e torna a película bastante agradável de assistir. O humor exagerado seria algo negativo se a historia do filme fosse melhor explorada e as lutas mais emocionantes. Porém como o filme falhou nesses quesitos, o humor exagerado salva o filme de ser um fracasso.

Anthony Hopkins 

As atuações são outro ponto forte do filme. Apesar de inexperiente e de apresentar a atuação mais fraca, às vezes um pouco forçada, Chris Hemsworth(A Trilha) mostra de maneira satisfatória a complexa personalidade de Thor. Estava com medo de ele não ser capaz de encarnar o deus do trovão, mas apesar de não brilhar ele fez bem sua parte. Os ganhadores de Oscar, Natalie Portman(Cisne Negro) e Anthony Hopkins(O silencio dos inocentes), não decepcionam e mais uma vez mostram que tem um talento indiscutível. Portman mostra soberbamente uma Jane Foster 

Tom Hiddleston

sonhadora e dedicada, e camufla perfeitamente com seu talento o freneticamente rápido inicio de romance entre ela e Thor. Hopkins nem precisa comentários, apenas uma frase basta, ele ainda tem o talento de quando fez Hanibal. Mas o premio do filme para Tom Hiddleston(Meia noite em Paris).O novato dá um show nos veteranos criando um Loki perfeito. O melhor e mais carismático vilão de todos filmes Marvel. E olhe que os outros vilões foram vividos por nomes de peso, como Jeff Bridges e Tim Roth. O Loki de Tom é um vilão confuso e divido como o Loki da mitologia também é. Ele não sabe se faz o mal por inveja, maldade ou tentando fazer o bem, mas mesmo assim ele continua. Sorte nossa Tom volta a viver Loki em “Os Vingadores”.

Thor não chega a ser ruim, porem deixa aquele gosto de quero mais que “Homem de Ferro” e “O incrível Hulk” não deixaram. Feito visivelmente apenas para previa de os vingadores. Fico triste, pois pegaram o herói com maior potencial épico da Marvel e o transformaram em apenas mais um herói no cinema. Apesar de bom, Thor é esquecível e com cara de filme da “Sessão da tarde”. Espero que depois de os vingadores, eles mudem a formula do filme em Thor II,que já foi anunciado, e salvem a gloria do poderoso Deus do trovão!

Thor

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