Gênero:
Ação/Drama
Duração:
115min
Origem:
Brasil
Direção:
José Padilha
Roteiro:
Bráulio Mantovani
Produção:
Atores:
Wagner Moura, Irandhir Santos, Andre Ramiro
Meio atrasado falar desse filme, que já citei várias vezes, mas há um motivo especial para isso. Foi anunciado recentemente que o ministério da cultura, se achando os tais por isso, indicaram o filme para concorrer a uma vaga no Oscar 2012, como melhor filme estrangeiro! Demais né? Será mesmo? Essa crítica foi escrita para dar base à crítica que farei sobre essa notícia. Sim uma crítica dupla e acredite em mim, Tropa de Elite 2 ser indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012 não é uma coisa boa. Vou me restringir a início, apenas comentar o filme em si antes de, apenas ao fim, falar minha opinião sobre tal indicação, que nem certeza é.
Não vou falar, como previamente já comentei aqui, sobre o cinema nacional e sua grande evolução nos últimos anos, mas falar apenas sobre o filme. Quando Tropa de Elite estreou em 2007 foi aquele “Aue”. Primeiro por que tinha uma historia boa, envolvida com a sociedade, bem diferente daquelas comédias “Grande Família” sem a menor graça, e um filme brasileiro com uma historia boa era novidade na época. Segundo por que todo mundo queria ver marginal apanhando na cara e sendo asfixiado com um saco de supermercado. O filme foi um sucesso absoluto, bem recebido pelo público, crítica e pelo mundo. Mas APENAS pela sua história repleta de críticas psicossociais. A qualidade técnica do filme é baixa, e quando digo baixa, digo sem orçamento mesmo. Quando começou a ser gravado era um filme desconhecido, de um cinema decadente, sem câmeras modernas, sem equipamentos modernos e contando apenas com um nome de peso, que na época nem tinha a força de hoje em dia, que era Wagner Moura. E ainda assim conseguiu um sucesso incrível dentro e fora do Brasil. Mas ele fora daqui é quase um filme de arte. Aqueles que você vê, mas que não pode competir com grandes produções.
Mas devido ao incrível sucesso, mesmo com todos os problemas, era só questão de tempo para duas coisas acontecerem, primeiro a continuação ser confirmada, segundo os olhinhos americanos brilharem para isso. Então eis que temos Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro. Apostando mais uma vez em uma história de crítica social, dessa vez com uma pitada de ficção. Mas além de uma história nos moldes do primeiro sucesso, puxando mais para o lado de roteiros policiais, incluindo vilões e uma historia linear. E o principal diferencial do primeiro para o segundo filme, orçamento e produção. O segundo filme conta com um orçamento muito superior ao primeiro, e uma produção com câmeras e equipamentos de ponta, sem falar que a direção de Padilha foi incrivelmente superior, com tomadas belíssimas e
inteligentes. E o melhor de tudo, TOTALMENTE brasileiro. Não é só na cara da sociedade que Tropa de Elite deu “um tapa” dessa vez, mas em Hollywood, sendo um filme incrivelmente superior a varias produções “gringas” de 2010, e provando que capacidade não é só americano que tem, pelo contrário, qualidade é algo raro hoje por lá. Já foi o tempo que eu evitava filmes nacionais por baixa qualidade. Hoje em dia, o número de filmes americanos que evito por ter certeza de ser um total fracasso supera muito em porcentagem os nacionais (filmes bons/filmes totais por ano).