quinta-feira, 24 de março de 2011

300


(300, 2006)




Gênero
Ação/Épico 
Duração: 
117min 
Origem: 
EUA 
Direção: 
Zack Snyder 
Roteiro: 
Zack Snyder, Kurt Johnstad 
Produção: 
Mark Canton, Gianni Nunnari, Bernie Goldmann, Jeffrey Silver
Atores:
Gerard Butler, Rodrigo Santoro, Lena Headey




Quando se fala de uma adaptação cinematográfica, seja ela uma adaptação de livros, revistas, ou jogos, você sempre vê duas coisas acontecerem, uma horda de gente que gostou do filme e então resolve ler a obra original, o que é algo bom, mas também vê uma horda de pessoas que leram a obra antes de assistirem o filme, e odiaram a adaptação, pois varias coisas foram modificadas do original, seja as vezes cenas, as vezes a historia, as vezes ate o final. Isso era uma marca registrada em todas adaptações. Nunca era possível agradar a fãs e não fãs simultaneamente, pois ao tornar uma obra cinematográfica, sempre eram feitas varias mudanças. Esse tabu foi quebrado apenas por Robert Rodriguez no seu ótimo “Sin City - A cidade do pecado”, sendo uma copia fiel da novela gráfica de Frank Miller, agradando a fãs e não fãs. Agora, com outra obra de Frank Miller, Zack Snyder(A lenda dos guardiões) fez o impossível, fazendo o que eu falo sem medo, ter sido a melhor adaptação de todos os tempos, não só elevando a fama dos quadrinhos de Frank Miller para pessoas que não os conheciam, como alucinando os antigos fãs de maneira nunca vista.

Alias Zack Snyder é um nome que cresceu muito nessa década, um diretor com poucos filmes em sua filmografia, já tem o renome para por na capa de um filme a lendária frase “Do mesmo diretor de” e o responsável pelo inicio dessa fama foi 300(Apesar de eu pessoalmente adorar seu filme inicial, Madrugada dos Mortos, um remake que superou o original). Em 300 vemos Snyder usar pela primeira vez técnicas que marcarão todas suas próximas obras, o tornando um diretor peculiar e facilmente detectável. As técnicas que Snyder usa, apesar de não serem únicas individualmente, o tornam único pelo o conjunto delas, algo que só o diretor utiliza na atualidade. Que venha Sucker Punch – Mundo Surreal! Mas voltemos ao filme em questão.

O filme conta a Historia real do Rei Leônidas(Gerard Butler), um dos dois reis da cidade estado grega Esparta. Ao ver sua cidade ameaçada pelo colossal exército persa, liderados pelo rei Xerxes(Rodrigo Santoro), e se ver impedido de liderar seu exercito para guerra, por conta da cárnea, um ritual religioso espartano, Leônidas resolver ir para a batalha sozinho com seus guarda costas, que eram 300 soldados espartanos de elite. É com essa minúscula tropa que o corajoso rei pretende segurar um ataque de quase um milhão de soldados, para que seu plano der certo ele escolhe lutar nas Termópilas, um estreito corredor rochoso que forçaria os persas a lutarem contra os 300 espartanos, com um número de soldados reduzido, na proporção um contra um.

A fidelidade do filme a obra de Frank Miller é impressionante. Cenas inteiras e diálogos foram mantidos intactos, como se a novela gráfica em si fosse o roteiro do filme. As cenas extras que não estavam na novela gráfica, que se resumem as cenas da esposa de Leônidas em Esparta, encaixam perfeitamente na trama do filme, dando até um descanso aos telespectadores das intensas cenas de ação e mantendo o clima épico do filme. Quase todas as imagens marcantes das revistas foram representadas no filme com precisão, como a cena da queda dos persas do penhasco ou o passado de Leônidas. Os personagens Ephialtes(Andrew Tiernan) e os imortais parecem saídos diretamente da revista.





Efeitos Especiais Exagerados? O filme em si é um grande efeito especial, sendo gravado todo em croma-key (fundo de tela azul), com os cenários sendo totalmente feitos em computação gráfica, reproduzindo fielmente a Esparta e as Termópilas da obra de Miller e gerando um clima e fotografia customizada para se parecer com os quadrinhos de Miller, mesma técnica usada em Sin City por Rodriguez. Alem da croma-key, que se tornará umas das marcas registradas dos filmes de Synder, o diretor usou compressão de imagem, onde a cor preta é comprimida, saturando as outras, dando um "clima" único ao filme dependente do contraste da imagem. Alem de isso seguir o padrão da obra de Miller, também serviu para camuflar as "CG"s(cenas 100% computadorizadas) do filme. O resultado disso foram umas das mais belas cenas de luta já vistas em filmes épicos, tudo com muito sangue e violência. Quem assistiu "madrugada dos mortos" e o “Watchman” ambos de Snyder, sabe que ele gosta muito de um sangue e mutilação em seus filmes.
Alias Snyder demonstra exímia habilidade na condução das cenas de ação. Ele consegue filmar diversas cenas de ação ao longo do filme, sem entrar na mesmice e sem cansar o telespectador. Cada batalha tem uma dinâmica, estilo e táticas diferentes. Ao mesmo tempo que vemos batalhas com vários cortes e uma edição rápida e frenética, vemos cenas sem corte e edição, com destaque para a cena em que Leônidas avança contra o exercito persa sozinho, em um take de plano único e sem cortes de mais de dois minutos. Leônidas sai matando e mutilando qualquer que apareça em sua frente sem para de avançar nunca, usando sua lança sua espada e até mesmo seu escudo como arma. Umas das melhores cenas de luta que já vi e uma das melhores cena de ação em plano único, perdendo apenas para “Filhos da Esperança” e sua colossal cena de ação de quinze minutos em plano único. Em todas cenas de ação Snyder usou outra técnica “marca registrada” sua, que é o uso do slow motion(câmera lenta). Snyder alterna em takes de slow motion e acelerados, criando uma dinâmica única para as cenas de ação.
Gerard Butler e Rodrigo Santoro 

As Atuações também foram excelentes, até mesmo para um filme que era mais necessário urrar que falar. Apesar de ter feito uma interpretação muito afeminado em seus rei Xerxes(Não é só do chicote que eles temem....) Rodrigo Santoro(Carandiru) e ter sua voz remasterizada no computador, ele faz um de seu melhores papeis no cinema internacional.
Gerard Butler
Mais os parabéns vão mesmo para os experientes Gerard Butler(Codigo de conduta””) e David Wenham(“O senhor dos anéis: As duas torres”) com seus respectivos Leônidas e Dilios, eles falam com tanto vigor ao moralizarem os soldados antes da guerra, que até a platéia quase pega uma lança e sai correndo gritando atrás de persas para matar. O filme não apenas foi um marco para Snyder, mas também para Butler, que até então só ganhava personagens secundários. Seu Leônidas lhe conferiu o status de protagonista de todos seus próximos filmes. O na época novato Michael Fassbender(“Bastardos Inglorios”), inicia sua carreira nesse filme mostrando que veio para ficar com um excelente, Corajoso e irônico Stelios. Também vale ressaltar Vincent Regan(Troia) com seu capitão. apesar de não ser um exemplo de atuação, a cara de raiva que ele faz na morte de seu filho Astinos(Tom Wisdom) foi tão bem feita que acho que deu medo até na platéia.


Único erro a meu ver do filme foi a imagem que ele passam dos persas, transformando os persas em seres quase demoníacos. O roteiro, que foi assinado por Snyder e
Kurt Johnstad, transformou os persas em mais que vilões. Os imortais, que na revistas nunca aparecem sem mascara, viraram Orcs dignos de “O senhor dos anéis”, sem falar no executor que de um humano forte na obra de Miller, virou um gordinho feio com, braços de lamina e piercing nos mamilos. Os iranianos têm razão de estarem com raiva de Snyder, ele pegou pesado. O harém do rei Xerxes, figura importante na historia da pérsia, foi transformado em um antro de prostituição, com lésbicas deformadas, aleijados transando, e criaturas dançando, isso sem falar no bode tocando flauta. (qual é a do bode?)

Mas mesmo assim o resultado final foi um dos melhores filmes épicos já feitos, com um figurino fiel a revista e uma trilha sonora perfeitamente encaixada. O filme agradou, desculpem a piada, gregos e troianos (mas não aos persas). Não só os fãs de Miller irão gostar como o "povão" que gosta de filmes "hack and slash, blood and carnage" e ate mesmo pessoas que gostam de filmes sérios. Foi incrível o numero de pessoas de idade elevado vendo esse filme, sejam professores de historia ou amantes de épicos.



300



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