quarta-feira, 18 de maio de 2011

Padre

(Priest, 2011)




Gênero
Ação
Duração
87min 
Origem
EUA
Direção
Scott Charles Stewart
Roteiro:
Cory Goodman
Produção: 
Michael De Luca, Joshua Donen, Sam Raimi, Mitchell Peck
Atores:
Paul Bettany, Karl Urban, Maggie Q



Eu estava com muito medo de Padre, como fã da serie original homônima ( um manga Coreano), fiquei muito alegre quando soube da adaptação, mas o medo apareceu quando assisti ao primeiro trailer e vi que não iriam usar a historia original, alias, que iriam mudar TUDO exceto o NOME. Mesmo a historia sendo o ponto mais forte do Priest manga e sendo totalmente descartada pelo filme, uma singela faisca de esperança ainda existia, apesar de ser continuamente bombardeada pelos trailers lançados. Eis que mais uma vez, infelizmente, meus medos se concretizam. Padre, apesar de conter cenas de ação de ação originais e criativas e um visual bonito, possui uma historia pobre e é um filme extremamente fraco.

Não entendo como ainda laçam filmes como esse, e muito menos por que falaram que ele era adaptação de uma obra tão superior como  é o Manga original. Nem os nomes dos personagens originais foram mantidos, nem a historia, nem se passa na mesma época, então por que não deram outro nome para o filme? Mais a frente falarei as duas historias para vocês diferenciarem uma da outra e entenderem melhor o que falo. O filme Padre não chega a ser uma decepção total. Apesar de não ter os melhores efeitos especiais, eles também não são ruins. A animação do inicio que nos introduz no mundo do filme é excelente e chegou a me animar e fazer pensar por um instante que o filme seria bom. As cenas de ação também são criativas, apesar de não empolgarem muito. O filme tem uns pontos altos, como a luta dos dois padres contra o ÜBER-vampiro. Porém elas não são suficientes para salvar o filme. Inclusive, mesmo contando apenas com ação, a luta final chega a ser até um pouco decepcionante. O mais engraçado é que o filme ainda deixa o final em aberto, como se houvesse uma possibilidade de um segundo filme ser feito.


Vamos as historias, começarei com a original do Manga. O manga conta de historia de Ivan Isaacs, um padre que no passado cometeu um erro e libertou Temozarela, um anjo caído que estava aprisionado a séculos e isso resultou na morte de Ivan e de sua amada Gena. Com seu espírito repleto de ódio e vontade de vingança, Ivan faz um acordo com Belial, um demônio inimigo de Temozarela. Belial em troca de metade da alma de Ivan e da promessa de vingança do padre contra o anjo caido, o ressuscita e o acompanha pessoalmente dentro de sua alma, emprestando parte de seu poder demoníaco ao padre. Ivan então sai caçando Temozarela ao redor do mundo, matando seus seguidores, outros anjos caídos, e uma legião de seres das trevas. Agora vamos ao filme, ele conta que humanos sempre estiveram em guerras contra vampiros e nem as mais modernas armas faziam os humanos vencerem, até que a igreja criou os padres, pessoas treinadas apenas para matarem vampiros, que em poucos anos acabaram sozinhos com a guerra milenar(WHAT??)! Depois com medo de sua própria criação, a igreja resolveu acabar com a ordem dos padres, e proibindo estes de terem contato uns com os outros. A historia principal gira em torno do padre(sem nome), que tem a sobrinha, que depois vira filha, seqüestrada por vampiros. Como a igreja não aceita que os vampiros ainda sejam uma ameaça, ela proíbe o padre de ir ajudar, ele vai contra a ordem e a igreja manda outros padres para o caçar, o que no fim nem acontece. Simples assim. 


Notaram a leve e quase imperceptível diferença das historias? Nem os malditos nomes foram usados, preferiram chamar o padre só de padre mesmo, no lugar de Ivan. Sem falar que a profundidade das historias são bem diferentes, mas acho que sei a culpa disso tudo. LUCRO. Um filme com a historia original, sobre demônios, com o personagem principal fazendo um pacto com um, e os LITROS de sangue que o manga tem, tiraria brincando uma censura R(apenas para maiores), e quem conhece Hollywood, sabe que a menina dos olhos deles é a famosa PG-13(aproximadamente censura 12 a 14 anos). NUNCA, mesmo tirando o sangue, a historia original de Priest seria PG-13, o que fazer? Mudar tudo lógico. Exatamente o que fizeram com "Wolverine A Origem", que também era uma HQ mas que teve sua historia totalmente massacrada para que a censura baixasse e gerasse lucros( o que nem aconteceu, XUUUPA). Essas empresas tem que entender que você baixar uma censura de um filme nem sempre é sinal de lucro, principalmente quando se adapta uma historia madura. Se é uma historia madura, foi feita para adultos e ponto final. Se quer lucro vai adaptar romance adolescente com algum ser sobrenatural, que você pode até tacar uma censura PG(livre, porém acompanhada de adultos) que ainda assim não muda muito.

Depois do desabafo contra as censuras e produtoras vou voltar ao filme. Tirando a historia medíocre e as cenas de ação interessantes, o filme não possui mais nada a apresentar. O diretor Scott Charles Stewart(do igualmente fraco e parecido "Legião") mostra que até sabe fazer filmes pipoca, mas que não tem realmente grandes habilidades, nos entregando uma direção simples e só. O roteiro, vindo de um roteirísta inexperiente e obviamente sem futuro no cinema, além de fraco não possuiu climax. Você espera ansioso, mas os fatos acontecem em uma simplicidade absurda, que não te deixa surpreso. Sem falar na visível falta de respeito a física temporal, sendo que um trem passa dois dias para chegar a uma cidade ao mesmo tempo em que os protagonistas demoram uma noite, e mesmo assim quando chegam o trem já foi embora na velocidade da luz e esta bem distante(WHAT??). Mas não se preocupe, que eles ultrapassam o bendito trem de novo( e vale lembrar que ao vermos as motos dos protagonistas e o trem lado a lado, eles tem A MESMA VELOCIDADE).
Maggie Q

As atuações são péssimas também, mas nem podemos culpar apenas os atores, acho que o roteiro não dava espaço para uma atuação melhor. Paul Bettany(Código Da Vince), que possui grande potencial como ator mas faz péssimas escolhas de papeis está até bom. Ele faz o que pode com seu padre, porem o personagem é vazio por si só. Apesar de o filme tentar nos entregar uma historia para ele, e Bettany interpretar bem o mistério da historia, ela não é o suficiente. O promissor Karl Urban( Red- Aposentados e perigosos), que já estava criando certo nome, nos entrega sua primeira bomba da carreira, 
Karl Urban
com uma péssima atuação e transformando o vilão principal em um personagem coadjuvante apenas, e o roteiro mais uma vez aparece para piorar mais ainda a situação dele no final do filme( quem assistir vai entender.). Maggie Q(Duro de Matar 4.0) ainda entrega uma ótima atuação, com sua sacerdotisa(sem nome também) fazendo uma personagens misteriosa e ao mesmo tempo transparente, sendo que vemos bem seus sentimentos não repreendidos pelo padre. As outras atuações nem merecem comentários, são fracas como o filme.


Estragando uma ótima ideia em um filme sem emoção, Padre entra para a lista de filmes sem sal do cinema. Uma grande decepção para os fãs do Manga, pois além do filme ser ruim, isso ainda acaba com as chances de vermos uma adaptação de verdade da historia de Priest, que poderia gerar um excelente filme se entregue na mãos de pessoas competentes. O jeito é torcer para não façam o mesmo com AKIRA. Por que por mais que seja difícil estragar Akira, depois de Priest não duvido mais da capacidade de Hollywood.



Padre


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2 comentários:

  1. ok, essa critica fui influenciado um pouco pelo pessoal, por ser fã do manga, mas tentei ser imparcial ao máximo ao falar do filme.

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  2. Boa crítica, mas eu daria uma estrela à mais xD Talvez por não ter lido o manga e por ser um grande fã da Maggie Q. E também curti o visual do filme... Mas Priest foi um filme que podia ter sido ótimo (se bem aproveitado), mas foi apenas regular.
    Parabéns, Eduardo!

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